domingo, 23 de janeiro de 2011

Moradores querem reocupar bairro arrasado



Doze dias após a tragédia que arrasou regiões de Teresópolis, moradores trabalham sem cessar para retirar a lama e detritos de suas casas e insistem em reocupar Campo Grande, considerado área de risco. Depois de ajudar nos resgates, uma família de pedreiros tem a firme intenção de retomar seu terreno, varrido pela enxurrada, e reconstruir a casa. Centenas de pessoas morreram nas proximidades e os corpos não param de surgir sob os escombros das casas.
"Não tem perigo, em uma nova enxurrada o caminho da água já está feito e ela passa com mais facilidade", diz o ajudante de obra Marcos Antonio de Melo, 29 anos. Ele acredita que a enxurrada dos dias 11 e 12 de janeiro construiu uma calha natural que escoaria o excesso de água. A intenção é de trazer de novo os pertences da família e voltar a viver no mesmo lugar em que uma avalanche de pedras soterrou quase todas as casas. "É só trazer de novo a luz e a água que todo mundo volta de novo para cá", diz.
O irmão dele, Josias Melo, 39 anos, argumenta que, apesar dos soterramentos, a região não será abandonada pela qualidade dos imóveis que restaram. "Sobraram muitas casas boas, esta aqui (mostra uma casa vizinha) não tem dois meses foi comprada por R$ 90 mil", diz.
Moradores foram à localidade ainda na esperança de resgatar seus pertences. O açougueiro José Círio Aleixo, 62 anos, reivindicava um acesso melhor para trazer um caminhão de mudança para levar seus móveis. "Quero tirar meu carro e meus móveis para cá", explicou. O padeiro Marcelo Rocha de Oliveira, 35 anos, disse que cava para tentar reaver seus documentos para sacar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), liberado para vítimas da enchente. "Preciso dele para me reerguer", disse.

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